José Otávio nega envolvimento com fraude.
O deputado federal José Otávio Germano, do PP, negou ontem envolvimento com a fraude do Detran, descoberta pela Operação Rodin, da Polícia Federal. O parlamentar lembrou que não foi citado por participação no esquema, responsável pelo desvio de mais de R$ 40 milhões dos cofres públicos. Ele lamentou os desdobramentos, a exposição e o desgaste de partidos políticos ligados ao caso. Destacou, porém, que confia no trabalho realizado pela PF e que será preciso tempo para que as informações e ligações da fraude acabem esclarecidas.José Otávio, que comandou a Secretaria da Justiça e Segurança de 2003 até abril de 2006, durante o governo Rigotto, lembrou que, ao longo de sua gestão, nunca houve denúncia de irregularidades no departamento. 'O Detran é uma autarquia, tem autonomia financeira e administrativa. Enquanto secretário, as prestações de conta sempre foram aprovadas pelo TCE', destacou.
O parlamentar reconheceu que teve vínculos profissionais com três dos principais investigados na fraude, mas disse que não irá julgá-los até o final do inquérito policial. Carlos Ubiratan do Santos, ex-diretor do Detran; Antônio Dorneu Maciel, ex-diretor da CEEE; e Flávio Vaz Netto, até então presidente do Detran, todos filiados ao PP, trabalharam com o deputado. A executiva progressista já afastou do partido os três investigados.
O deputado também defendeu a inocência de seu irmão Luiz Paulo Germano. Documento sobre a fraude do Detran, divulgado pela juíza Simone Barbizan Fortes, da 3ª Vara Federal e Juizado Especial Criminal da Subseção Judiciária de Santa Maria, destacou a ligação de Luiz Paulo como sócio da empresa Carlos Rosa Advogados Associados. Conforme o texto, o escritório de advocacia mantinha vinculação com Ubiratan e apresenta indícios de superfaturamento. 'Não tem nada do meu irmão nessa história. Em 2003, ele prestou serviço a outro escritório e começou a atuar no Carlos Rosa Advogados Associados em 2005, mas nunca mexeu com contratos', argumentou José Otávio. Conforme o deputado, as medidas necessárias estão sendo tomadas pelo PP. Citou que todos os envolvidos na fraude serão submetidos à Comissão de Ética e que haverá a criação de colegiado para avaliar futuras indicações do PP a cargos públicos.
CORREIO DO POVOPORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2007
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Avança investigação sobre Detran
Uso em campanhas eleitorais de parte dos R$ 40 milhões desviados é apurado pela Polícia Federal.A Polícia Federal investiga a possibilidade de que parte dos R$ 40 milhões desviados na fraude do Detran tenha sido usada em campanhas eleitorais e embolsada pelos suspeitos e detidos durante a Operação Rodin.
O líder da bancada do PT na Assembléia, Raul Pont, lembrou ontem que a fraude ocorreu durante os governos Germano Rigotto e Yeda Crusius, tendo alguns de seus integrantes sido apontados como envolvidos no esquema. O deputado citou o caso do empresário Lair Ferst que, conforme Pont, fez parte do núcleo central do PSDB na campanha de Yeda ao Palácio Piratini em 2006, além de integrar o diretório estadual do partido.
Documento sobre a Operação Rodin, divulgado pela juíza Simone Barbizan Fortes, da 3ª Vara Federal e Juizado Especial Criminal da Subseção Judiciária de Santa Maria, destaca que a Rio del Sur e a New Mark Tecnologia de Informação, Logística e Marketing, duas das empresas acusadas de participação no esquema, pertencem a três irmãos e a um cunhado de Ferst. As duas empresas receberam cerca de R$ 18,3 milhões da Fundação de Apoio, Ciência e Tecnologia (Fatec), citada no esquema. 'Não é demais frisar que Ferst tinha grande poder junto ao Detran, com especial vinculação ao ex-presidente Carlos Ubiratan dos Santos', diz o texto. Os sócios da New Mark possuem outra empresa, ligada à NT Pereira, envolvida no caso e administrada por Patrícia Jonara dos Santos, esposa de Ubiratan, solto ontem à noite.
O documento destaca ainda a ligação da Carlos Rosa Advogados Associados, que tem como sócios Carlos Dahlem da Rosa e Luiz Paulo R. Germano. Conforme o texto, o escritório de advocacia mantinha vinculação com Carlos Ubiratan e apresenta indícios de superfaturamento. Luiz Paulo é irmão do deputado federal José Otávio Germano, ex-secretário da Segurança. Carlos Dahlem atuou na CEEE junto ao diretor administrativo Antonio Dorneu Maciel e, depois, no gabinete de José Otávio.
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2007
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Delegado explica a operação
Para um juiz decretar a prisão de suspeitos, mesmo que temporária, precisa haver indícios veementes de culpa do acusado.' A afirmação é do delegado Alexandre Isbarola, do Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, sobre as prisões efetuadas na Operação Rodin. Conforme o delegado Gustavo Schneider, da PF de Santa Maria, o deputado José Otávio Germano não está sendo investigado. Não descartou, no entanto, que 'autoridades com foro privilegiado' possam vir a ser averiguadas durante o andamento do inquérito.Germano foi secretário de Segurança de 2003 até abril de 2006, período em que Carlos Ubiratan dos Santos, detido na Operação Rodin, estava à frente do Detran. Schneider declarou que os suspeitos detidos estão sendo ouvidos na PF em uma primeira etapa. Outras pessoas, que estão em liberdade, também deverão ser chamadas para depor.
CORREIO DO POVO-PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2007
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Operação prejudica debate do plano
Com a suspeita de envolvimento de integrantes do PP na fraude do Detran, Yeda muda tema de encontro.As negociações da cúpula do Executivo, visando a aprovação do Plano de Recuperação do Estado, foram parcialmente interrompidas ontem com a crise deflagrada pela Operação Rodin da Polícia Federal (PF). A ação identificou fraudes em contratos públicos realizados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Os desvios podem chegar a R$ 40 milhões desde 2002.
No início da tarde, foi realizado encontro entre a governadora Yeda Crusius, o chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, e o presidente estadual do PP, deputado Jerônimo Goergen. O objetivo inicial da reunião, de discutir o plano de combate ao déficit, acabou abandonado. Entre os suspeitos de envolvimento nas irregularidades estão lideranças e indicados a cargos na gestão do Estado pelo PP, partido que integra a base de sustentação do governo, como o diretor-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, e o ex-ocupante do mesmo cargo Carlos Ubiratan dos Santos.
Depois de aproximadamente uma hora e meia de reunião, Jerônimo deixou a ala residencial do Palácio Piratini afirmando que o partido não será conivente com eventuais ilegalidades. Destacou, porém, que é preciso cautela antes de adotar qualquer medida interna e eventuais punições, defendendo o pleno esclarecimento do caso. 'Acreditamos na inocência de nossos companheiros até que se prove o contrário. Não seremos injustos, nem omissos', salientou o dirigente.
À noite, a executiva estadual e o conselho político do PP se reuniram a portas fechadas na sede do partido em Porto Alegre. Vaz Netto foi secretário dos Transportes do governo Antonio Britto e substituto da área de Obras na administração Germano Rigotto. Além disso, é procurador do Estado. Carlos Ubiratan atualmente ocupa a diretoria da Trensurb e foi chefe de gabinete do deputado José Otávio Germano, do PP, quando exerceu mandato na Assembléia Legislativa.
Os reflexos da operação da PF no cenário político do Rio Grande do Sul também tomaram o lugar do Plano de Recuperação do Estado em manifestações de parlamentares no plenário da Assembléia. Divididos em pequenos grupos, os deputados passaram a tarde avaliando a situação com cautela e usaram a tribuna para debater o funcionamento e o gerenciamento de estatais.
O líder do governo, deputado Adilson Troca, do PSDB, lamentou o suposto envolvimento nas irregularidades de pessoas ligadas a partidos da base. Troca disse ainda que o Executivo não tem responsabilidade sobre a fraude. 'Não aceitaremos que pessoas façam parte do governo do Estado e utilizem a máquina administrativa para pôr em prática falcatruas que representam prejuízo aos cofres públicos', afirmou o parlamentar.
A bancada do PT defendeu a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar órgãos e estatais da administração indireta.
CORREIO DO POVO-PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2007
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José Otávio esclarece relação com suspeitos
O deputado federal e ex-secretário da Justiça e Segurança José Otávio Germano, do PP, divulgou nota ontem esclarecendo seu envolvimento com os suspeitos de participarem da fraude do Detran, revelada pela Operação Rodin da Polícia Federal. Destacou que sua relação pessoal, funcional ou política com os investigados sempre foi de caráter profissional, obedecendo aos princípios da ética. Disse que não fará julgamento até o término do inquérito.CORREIO DO POVO-PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2007
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Advogado nega que Germano fosse sócio
O advogado Luiz Paulo Germano depôs por três horas ontem na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Porto Alegre. O irmão do deputado federal José Otávio Germano foi ouvido pelo delegado Gustavo Schneider, da PF de Santa Maria, que investiga o caso das fraudes no Detran, batizado de Operação Rodin. O advogado de Germano, Marcelo Peruchin, afirmou que seu cliente respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado e se colocou à disposição para mais esclarecimentos. Peruchin negou que Germano fosse sócio de uma das empresas envolvidas na operação.'Ele prestava serviços a um escritório de advocacia que trabalhava para uma fundação envolvida no esquema', esclareceu. As investigações da PF apuram o esquema que teria desviado cerca de R$ 40 milhões dos cofres públicos.
CORREIO DO POVO -PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2007
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Amanhã é o grande dia! Dia da entrega e divulgação do relatório da Opração Rodin pela Polícia Federal à Justiça Federal em Santa Maria.Esperamos que a Exma.Juiza utilize o interesse público e divulgue o relatório na íntegra, incluindo todos os nomes envolvidos.
As notícias acima são do portal - http://www.correiodopovo.com.br/
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