Que tipo de “ser-privilegiado” o senhor pensa que é, por ter nascido em Porto Alegre? O senhor sabe qual é a diferença entre o senhor e os outros espermas que o senhor deixou para trás? Eles não ganharam o sobrenome Santana! Sua “crônica” do dia 04/02/2007, em ZH, de título “Enfim, o contrafluxo” é, no mínimo, uma demonstração do quanto o senhor é provinciano e preconceituoso – sem falar na questão da xenofobia! Após ler o que o senhor escreveu podemos, com toda a certeza, dizer: este é um homem de pensamento raso.
Sua ignorância, agora, com o assunto “demografia” já é vista logo no primeiro parágrafo, quando o senhor considera como sendo um “espetacular fenômeno demográfico” a migração populacional que está ocorrendo na cidade de Porto Alegre. Este “fenômeno” pode ser um sério indicativo de que algo de muito sério está acontecendo com a área – cidade – em questão. A isto, os demógrafos chamam de “declínio populacional”. O senhor já parou para pensar sobre este “estranho fenômeno”? Já lhe passou pela cabeça palavras como: decadência, estagnação, falta de perspectiva e desilusão?
Quando, no segundo parágrafo, o senhor “torce” para que estas pessoas que estão indo embora sejam os “não-naturais” de Porto Alegre, ou seja, os “inaturas” fico assustado, pois sinto “cheiro” de um dos maiores males da humanidade: a xenofobia!
É saudosismo ou recalque o que senhor manifesta no terceiro parágrafo? A “invasão” que o senhor se refere não foi um privilégio da cidade de Porto Alegre; este foi um fenômeno nacional devido ao processo de industrialização que este país sofreu nas décadas de 50 e 60. O recalque deve ter sido pela sua falta de coragem de migrar para o “centro do Brasil”, em vista da sua auto-afirmação, ou seja, da sua necessidade íntima de impor-se à aceitação do meio! Ou seria simplesmente a sua falta de capacidade para competir no “eixão”. O senhor utilizou, ainda no terceiro parágrafo, a palavra “horda”, quando se referiu aos gaúchos e catarinenses oriundos do interior, no sentido 1 ou 2, encontrado no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa? Vou lhe refrescar a memória. Segundo o referido dicionário, temos na página 906 da edição de 1986 o seguinte: horda [Do tártaro urdu, “acampamento”, pelo turco ordu e pelo fr. horje.] S. f. 1. Tribo nômade. 2. Bando indisciplinado, malfazejo. Palavra pesada, não é? O senhor conhecia o seu significado? Aqui, cabe lembrar que no décimo terceiro parágrafo o senhor ressalta que aqui nós não odiamos ninguém! Nós, não! Mas o senhor...É assim que o ódio começa: quando não aceitamos os diferentes de nós.
Bem, no quarto parágrafo o senhor se superou, não foi? Só devemos avisar aos estudantes que os hunos, sob a chefia de Átila, jamais invadiu a cidade de Porto Alegre; este povo bárbaro da Ásia Central preferiu invadir a Europa. E os versinhos da música, então? É, não tem nada sobre direito autoral no “Manual de Ética, Redação e Estilo” da Zero Hora! Mesmo assim, é de bom-senso citar o autor, pois algum desavisado pode pensar que são de sua autoria; devido ao teor de saudosismo!
Chega ser cômico, quando no quinto parágrafo, o senhor “lembra” da Porto Alegre quando esta era “uma estância de repouso à beira do Guaíba” (?). De onde o senhor tirou esta informação que Porto Alegre já desempenhou a função de cidade balneária? E o Guaíba, não é? Era lindo quando era um rio! Ficou largo, sem correnteza, sem nascente, não é mesmo? Isto deve ter sido coisa destes “interioranos”! Agora, vamos combinar uma coisa: qualquer banho de cuia é superior aos do litoral norte do RS, não é mesmo?
No sexto parágrafo o senhor só faltou reclamar da ausência dos acendedores de lampiões! Sem falar naqueles que recolhiam os conteúdos dos “urinóis” e leva-os lá para os lados do longínquo arrabalde do Cristal! Sabe, Paulo Santana, eu acredito que estas hordas de “selvagens” roubaram as cadeiras preguiçosas e tomaram todo o chimarrão.
Espero que o pessoal da “especulação imobiliária”, por exemplo, o pessoal da Maiojama, não tenha lido esta sua crônica – você pode perder o emprego por causa deste sétimo parágrafo! Uma informação útil para o senhor: TODOS os bairros de Porto Alegre foram, oficialmente, criados por um decreto municipal em 1959! Não foram os “irmãos do interior” que descaracterizaram os bairros de Porto Alegre. Outra informação: no Moinhos de Ventos, também, tinha umas chácaras até a metade do século passado. Mas neste bairro não deve viver os “irmãos do interior”, não é? Lá, só deve ter gente de boas famílias do interior gaúcho: seus vizinhos, talvez?
Espero que os “irmãos do interior” que vivem na periferia de Porto Alegre, segundo sua afirmação no oitavo parágrafo, não fiquem chateados com o fato do senhor está associando-os ao crime e a violência. Vá que o senhor se distancie da Porto Alegre que o senhor "cultua" e se perca em alguma vila da franja urbana de Porto Alegre....
A alegria que o senhor demonstra, no nono parágrafo, quando da volta dos interioranos para o “Interior” é de dar inveja aos “rapazes” que invadiram Cabul - o taleban! Você, senhor Paulo Santana, está para os “irmãos do interior” como o taleban está para o povo hazara! Ainda bem que os rapazes do taleban não pensaram nos seus (deles) netos.
No décimo parágrafo o senhor externou toda a sua xenofobia; passou a chamar os “interioranos” de “estrangeiros”! Só não entendi muito bem esta relação/associação dos 70% de "estrangeiros" com grandeza, prosperidade e pujança. O senhor está menosprezando os 30% nascidos em Porto Alegre? Mas a esta altura do “campeonato”, quanto menos eu entender o senhor, mais distante estarei da animalidade.
Pronto! No décimo primeiro parágrafo os porto-alegrenses nativos, os kaigangs e os guaranis, foram finalmente, lembrados! Esta horda de bárbaros deve ter comido todos eles; ainda hoje tem gente de bem que adora dar umas "mordidinhas" neles.
O décimo segundo, o décimo terceiro e o décimo quarto parágrafos poderiam ser simplesmente “não escritos” pelo senhor, não é mesmo? Quando o senhor esteve em Paris os romanos ainda estavam por lá? A Paris conquistada pelos romanos em 55 a. C., era uma pequena aldeia de pescadores na Ile de la Cite, habitada pela tribo dos parisii. A presença dos romanos expandiu a cidade, que se ampliou até a margem esquerda do rio Sena. Que pena que os romanos, assim como os hunos, não invadiram Porto Alegre, não é? Antes da sua próxima viagem a França leia algo sobre o continente africano: Argélia, por exemplo! Em Paris não deixe de conversar com o pessoal dos "arrondissement" periféricos - pois Paris não é só Marais, Quartier Latin, Montparnasse, oui? Procure saber o que pensam sobre os “autênticos parisienses” - déjà vu! Agora, peço-lhe um favor: não se atreva a escrever um “Traçando Porto Alegre”; tem gente muito mais competente para fazer isto!
Enquanto o senhor, no décimo quinto parágrafo, não acredita que Porto Alegre está se esvaziando. Eu lhe garanto que ela está sim! Ela está se esvaziando de “articulistas” de boa qualidade. Quando alguém diz que Porto Alegre parece uma carroça, pois aqui as coisas andam, mas andam muito devagar, eu geralmente discordo. Mas quando leio algo como o senhor escreveu, eu tenho que admitir que há algo de errado na força-motriz das carroças de Porto Alegre: elas deveriam ser puxadas pelo senhor, senhor Paulo Santana!
Concordo com o senhor só no décimo sexto parágrafo: será felicidade demais!
A CARAPUÇA
PS: Qual será a opinião do articulista Paulo Santana sobre os demais brasileiros?
Ver. 18/02/2007 - 12:54h
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Enfim, o contrafluxo - Texto publicado em Zero Hora (edição de 04/02/2007) na coluna de Paulo Sant'ana.
(1) Zero Hora noticiou semana passada que Porto Alegre vem sendo alvo de um espetacular fenômeno demográfico: está se verificando um estranho contrafluxo na nossa querida cidade, as pessoas que moram aqui estão se mudando às pamparras para o Interior.
(2) Só torço para que essas pessoas que estão na contramão da corrente migratória sejam não os naturais de Porto Alegre, mas os gaúchos do Interior que estejam retornando a seus torrões ou escolhendo outros municípios para se instalarem.
(3) É que há 50 anos Porto Alegre tem sido invadida por uma horda de gaúchos e catarinenses oriundos do Interior que transformaram completamente o mapa físico e sentimental da cidade.
(4) Nós éramos, antes da invasão dos bárbaros, uma cidade apetecível, alegre, dadivosa. Depois que os hunos passaram a cercar nossas casas e apartamentos, viramos uma Babel atormentada, tiraram todo o nosso sossego. Antes da chegada dos otomanos, podíamos cantar assim: "Estou agora num lugar todinho meu Tenho uma rede preguiçosa pra deitar Em minha volta a sinfonia de pardais Cantando para a majestade, o sabiá".
(5) Isto mesmo, Porto Alegre era, antes de ser anexada e penetrada pelos interioranos, uma estância de repouso à beira do Guaíba, que ainda não era lago, pelo contrário, era um rio de águas claras e piscosas, onde tomar banho tinha uma delícia superior à das praias do Litoral Norte.
(6) E Porto Alegre era, antes das hordas selvagens e incontíveis nos imobilizarem, uma cidade de cadeiras preguiçosas e chimarrão nas calçadas.
(7) Porto Alegre era uma cidade de chácaras no início e no meio do século passado. Havia sítios em Belém Velho, Belém Novo, Serraria. E, pasmem, havia sítios na Glória, na Cavalhada e até no Partenon.
(8) Havia sítios em toda a periferia da nossa cidade. Hoje, depois que os irmãos do Interior nos descobriram e vieram em massa para cá, em vez de sítios, Porto Alegre está sitiada pelo crime, pela violência.
(9) Então, como Zero Hora noticiou, saber que os interioranos estão voltando para o Interior é animador. Isso quer dizer que meus netos serão mais felizes do que eu em Porto Alegre, que os do Interior que estão voltando para seus pagos serão mais felizes lá e nós (meus netos) mais felizes aqui.
(10) Hoje em Porto Alegre há menos de 30% de nascidos aqui do que "estrangeiros". É verdade que eles fazem a grandeza, a pujança e a prosperidade de Porto Alegre.
(11) Mas também não é mentira que eles lotaram e lotearam nossa cidade, tornando-a menos confortável para os porto-alegrenses nativos.
(12) Eu estou falando uma coisa muito séria: quando estive na Copa do Mundo da França, entrevistei muitos parisienses nascidos em Paris.
(13) E eles disseram que odeiam (não é o nosso caso, nós não odiamos ninguém) os turistas e os que se mudaram de outros lugares para morar em Paris.
(14) Os parisienses que entrevistei disseram-me que foram os turistas e forasteiros que se radicaram em Paris que tornaram sua cidade com vida mais cara (quase o dobro da do interior da França), menos confortável e segura nos metrôs e nas ruas e outras inconveniências.
(15) Eu não posso acreditar que Porto Alegre esteja aos poucos se esvaziando.
(16) Será felicidade demais.
8 comentários:
Mas bahhhhhhh! Trituraram o rapaz!
Imagina o que le não pensa sopbre pretos, homossexuais, mulheres (as que ele não "TRAÇAR"), índios e demais diferentes dele: o iluminado por ter nascido em Porto Alegre.
Esperar o que deste decadente?
bela análise para calar este ignorante!
aliás, belo também é o conteúdo do teu blog, estou adicionando um link pra cá lá no vozes do sul. inté.
joice
Esperar o que de uma pessoa tão pretenciosa, além de gremistão fanático.............2º pra ele
correção: 2ºdona pra ele
Muito boa resposta! Enviaste para o próprio? Deve ter se babado todo de raiva... Abraço!
Por nada não. Mas este Paulo Santana morreu e esqueceu de cair. Ele tá chato. Doentio, no sentido literal da palavra. Cada vez mais megalômano, talvez conseqüência de uma das 500 doenças que ele tem. Nem a massa gremista o suporta mais.
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