A morte da menina Isabella Nardoni é mais um lamentável e didático exemplo de como os órgãos de imprensa agem movidos pelos índices de audiência, mesmo que tenham que destruir uma família inteira no intuito de atingir seus objetivos mercadológicos, um mero efeito colateral!
É certo que o fato deve ser noticiado, mas desrespeita-se as normas mais elementares sobre esse tema.
É bom lembrar o caso do casal proprietário de uma creche em São Paulo, que havia sido denunciado por abuso sexual contra as crianças. Depois de a creche e seus proprietários terem sido crucificados, soube-se que tudo não passava de uma armação de desafeto daquelas pessoas.
A exposição dos envolvidos e as centenas de horas de análises com os “sábios” e “donos da verdade” sobre o fato são especulações infelizes e agem inevitavelmente no sentido da pré-condenação de algo que sequer sabemos como realmente aconteceu. Tudo pode ter acontecido!
Mas sempre que se discute sobre os excessos e a limitação da atuação da imprensa em determinados casos, surge a acusação da tentativa de censura. A imprensa não está acima do bem e do mal e no Brasil age notadamente no sentido de desinformar.
A imprensa golpista nacional não admite qualquer tipo de censura, ela mente, omite, divulga falsos dossiês, reaquece informações e acusações, sempre no sentido de proteger as oligarquias e seus interesses corporativos. Usa a informação que é direito nosso, como moeda de troca.
Mas é curioso que sempre que se questionam os excessos da mídia, seus interlocutores afirmam que eventuais prejuízos podem ser reclamados na justiça. Quando as empresas de comunicações perdem na justiça, a própria justiça é acusada!
A solução lógica seria a existência de um Conselho Federal de Jornalismo que julgaria sobre essas questões, que também foi rechaçada pela ANJ. Quantos jornalistas sobrariam em suas funções se suas condutas fossem seriamente analisadas por um CFJ? Não muitos, pois agem pela voz do dono!
Seria curioso se o pai da criança não fosse o responsável pela tragédia, como a imprensa insiste em tentar convencer os leitores. Como ficará o dano moral? A imprensa não se restringe no desinformar, quer convencer, condenar e se possível fuzilar as criaturas com transmissão ao vivo e em cores no Pay per Vieu. Certamente esse é o sonho de todo dono de jornal, que em muitos casos também é dono de TV ou Rádio – um verdadeiro absurdo.
Um terço da Câmara Federal ´s constituída por dono de algum meio de comunicação. È inconstitucional e convenientemente ainda não foi regulamentado.
Devemos seriamente questionar se essa é a imprensa que queremos!
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