POR Hélio Sassen Paz
1) Temos 29 partidos representados na Câmara dos Deputados e um único deputado sem partido (o Cabo Dacíolo, do RJ, expulso do PSoL).
2) 479 de um total de 511 deputados federais votaram (93,74%). 32 não foram votar (6,26%).
3) Do universo votante (479), 317 votaram a favor (66,17%), 162 contra (33,81%) e houve apenas uma abstenção (0,2%).
4) PC do B (13; João Derly, RS), PPS (11), PSoL (4) e PT (60 – sendo todos os 7 do RS –, além da abstenção de Weliton Prado, MG) foram os únicos partidos cuja orientação foi votar NÃO ao financiamento privado de campanha.
5) PEN (2), PMN (3), PRB (partido evangélico; 20, inclusive Carlos Gomes, único do partido no RS), PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), PTC (1), PT do B (2) e PV (8; incluindo Sarney Filho do MA) votaram 100% sim.
6) DEM (19 a favor e 1 contra; dentre os não-votantes, seu único deputado no RS, Onyx Lorenzini, portanto, ele FOI OMISSO, NÃO COMPARECEU). O DEM é o partido com a maior quantidade e o maior percentual de políticos cassados por corrupção e outros delitos no país);
7) PDT (5 a favor e 13 contra): seus três deputados no RS votaram contra, inclusive o latifundiário e ex-integrante da diretoria da RBS Afonso Motta. Ele pertence a uma direita ética e merece respeito;
8) PTB (de 22, 20 votaram a favor e 2 contra): os três deputados do RS votaram a favor (Luiz Carlos Busato, Ronaldo Nogueira e Sérgio Moraes);
9) SDD (17 a favor, 1 contra): para um partido que se diz sindical, o pensamento de esquerda passa longe;
10) PSD (de 31, 28 votaram a favor e apenas 3 contra): o único deputado do partido no RS, Danrlei, votou contra. Por ser presidente estadual e candidato a prefeito de Porto Alegre, seu voto lhe confere muitos pontos nesse sentido. É bom lembrar que esse partido serve para personificar o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e trata-se de uma colcha de retalhos que absorveu políticos de PTB, PDB, PMDB e DEM no país inteiro - ideologia é o que menos importa aqui);
11) PSC (mais um partido evangélico - de 13, 11 votaram sim e apenas 2 NÃO): os "coisa queridas" Eduardo Bolsonaro e Pastor Marco Feliciano, obviamente, votaram sim;
12) PSB (de 29, 11 votaram sim e 19 votaram NÃO): sortido demais para um partido dito de esquerda. Os dois gaúchos Heitor Schuch e José Stédile votaram NÃO, junto da guerreira, ética e ex-petista Luiza Erundina. Parabéns!
13) PROS (outro partido evangélico; 7 sim, 4 NÃO): destaque para o NÃO do veteraníssimo Miro Teixeira do RJ, ex-PDT dos tempos de Brizola;
14) PR (partido que mistura evangélicos e latifundiários; de 31 deputados, 30 votaram sim e 1 não): a única deputada do partido que votou NÃO é Clarissa Garotinho, filha dos ex-governadores, ex-deputados estaduais e ex-prefeitos Anthony e Rosinha Garotinho. Parabéns à moça;
15) PP (partido dos generais de pijama, dos latifundiários radicais e dos fidalgos de direita; de 37, 30 votaram sim e apenas 7 votaram NÃO): Afonso Hamm e – PASMEM! – José Otávio Germano foram os dois gaúchos que votaram NÃO. EM SC, o ex-governador ainda dos tempos de ARENA e PDS, Esperidião Amin, também votou contra. Dos demais, não se poderia esperar nada, mesmo… Não esqueçam para não votar em Covatti Filho, Jerônimo Goergen, Luiz Carlos "machista e racista" Heinze e Renato Molling. Outra "celebridade" dessa lista é – claro – Jair "machista e golpista" Bolsonaro, do RJ.
16) PMDB (o partido "sempre no governo", oposição light demais na ditadura, que absorveu muitos filhotes da ARENA; de 64, 50 votaram sim, 1 é o presidente da câmara Eduardo Cunha que botou pilha para votarem a favor mas não pôde votar e 13 votaram NÃO): do RS, apenas José Fogaça (ex-senador e ex-prefeito de Porto Alegre, que foi para o PPS de Odone e Britto e, depois, retornou) e Osmar Terra (ex-secretário de Saúde de Rigotto e Yeda) votaram NÃO. Alceu Moreira, Darcísio Perondi e Mauro Pereira votaram sim. Newton Cardoso Jr. de MG e Leonardo Picciani do RJ, obviamente, votaram sim. Um NÃO surpreendente foi o do veteraníssimo e ex-PFL (DEM) Jarbas Vasconcelos, de PE.
17) PSDB (a "jóia da coroa" em termos de probidade, competência em gestão, coerência e priorização dos mais pobres #SQN – de 46, 42 votaram sim e apenas 4 NÃO): seu único votante do RS, Nelson Marchezan Júnior (filho de ex-deputado e ex-ministro da ARENA/PDS/PPB/PP), obviamente, votou sim.
FONTE (itens 3 a 17): http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/08/financiamento-privado-de-campanhas-e-definitivamente-aprovado-na-camara.html
18) 78% dos brasileiros são contra o financiamento privado de campanha: "No próprio Supremo, corre o julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que proíbe a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais.O caso foi interrompido, no entanto, por um pedido de vista de Gilmar Mendes, que há mais de um ano e três meses não deu seu voto, nem devolveu a ação ao plenário – os ministros já haviam decidido a matéria por 6 votos a 1 contra o financiamento privado.Em sua atuação na presidência da Câmara, Cunha costuma entoar o discurso de que está pautado pela sociedade – a afirmação também foi feita em seu pronunciamento de cinco minutos em rede nacional na última sexta-feira 17. “As principais demandas da sociedade é que estão pautando o nosso trabalho”, declarou o deputado.As pesquisas, no entanto, dizem o contrário: a Câmara vem sendo pautada por sua própria vontade e a de políticos financiados por grandes companhias privadas."
19) Lista de políticos cassados por partido na última década
20) Com base em todos os dados e em todas as fontes ponderadas em todos os itens anteriores, temos 72% de brasileiros dizendo NÃO e apenas 28% dizendo sim à permissão do financiamento privado para campanhas políticas/eleitorais.
Diante do fato amplamente demonstrado pelas operações Lava-Jato e Zelotes de que empresas desviam dinheiro não-declarado (isto é, sonegam impostos) para bancar políticos, está claro que esta é uma das maiores – senão a maior – fonte de corrupção direta, não-vinculada ao mero desvio de dinheiro público nem à sonegação graúda em paraísos fiscais.
Dessa forma, vamos fechar este longo post com a seguinte pergunta:
– QUAIS PARTIDOS REPRESENTAM, NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, O ANSEIO POR CORTAR UMA DAS PRINCIPAIS FONTES DE CORRUPÇÃO POLÍTICA? (base: 72% ou mais de NÃO = representam a massa de eleitores; 28% ou mais de sim, não representam):
PC do B: 100%PPS: 100%PSoL: 100%PT: 98,36%
PORTANTO, NENHUM DOS DEMAIS 25 PARTIDOS REPRESENTA OS ANSEIOS DA POPULAÇÃO DE ACABAR COM A CORRUPÇÃO NO BRASIL (inclusive PSDB, PMDB, PTB, PDT, PP, DEM – os maiores e mais antigos, ainda como resquícios da ditadura).
CONCLUSÃO: o antipetismo não faz o menor sentido.
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